terça-feira, 21 de junho de 2011

Curumin




Tem mais gente, além de Hermanos e D2, mostrando que o samba tem muito o que oferecer na construção de um novo pop brasileiro sofisticado. Dois dos artistas, por sinal, vêm de São Paulo, tido como o “túmulo” do gênero. O grupo Numismata usa a instrumentação de banda de rock para recriar o samba – canção nesse Brazilian on the Moon. Há letras ótimas, como a de “Indulgente”(“ah, em matéria de dor eu sou mais eu!), e as músicas às vezes resvalam para o blues (como na versão de “Mal Secreto”, de Jards Macalé e Waly Salomão, com vocais do própio Macalé) e o pop setentista (“Atômico Platônico”, “Paciência”). Já o cantor, compositor e multinstrumentista Curumin prefere abordar a linguagem do samba – rock, formatada por Jorge Ben, nesse seu Achados e Perdidos. O violão suingado do mestre ressuscita em muitas das músicas, mas a cobertura instrumental é toda moderna, misturando tudo, como convém: todas as eletrônicas, hip hop, cavaquinho, baixo de teclado analógico, piano Fender Rhodes, o diabo. Curumin tem talento como compositor. E a mãozinha de alguns amigos ilustres – Instituto, Arnaldo Antunes, Trio Mocotó – só ajudou ainda mais esse disco a ficar irresistível.

Renan Russo nº19 3ºC

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